
Já mesmo antes da era Cristã a Cannabis, popularmente conhecida como maconha, era usada tanto para fins medicinais na Ásia, bem como para produção de tecidos, velas de navios, sandálias, tinturas, o que também ocorreu após sua chegada ao ocidente. O histórico do uso medicinal mais antigo desta planta, data do papiro de Ramseum III, que a recomendava para tratar inflamações, glaucoma e infecções vaginais.
O interesse por medicamentos derivados da Cannabis cresceu após a descoberta do sistema dos endocanabinóides em humanos, tipo de “maconha endógena”, a Anandamida, atualmente alvo de inúmeras pesquisas científicas. Os produtos derivados da maconha são utilizados como analgésicos, anti-inflamatórios, antieméticos, contra anorexia e até para tratamento de esclerose múltipla. Esses medicamentos não são amplamente utilizados no Brasil, devido ao custo e problemas legislativos.
O uso recreativo da maconha pode causar taquicardia, boca seca, olhos avermelhados, efeitos alucinogênicos e psíquicos (que dependem, principalmente, do indivíduo); em longo prazo leva a déficit cognitivo (problema sério para adolescentes), redução da quantidade de testosterona e doenças pulmonares.
A Cannabis é fonte de substâncias com forte potencial terapêutico, mas seu uso indevido e abusivo pode trazer sérias consequências. O aumento do enfoque científico sobre esta planta nos ajuda a compreender melhor seus mecanismos de ação, mas o preconceito gera barreiras legislativas e sociais, que dificultam a pesquisa e uso medicinal.

Matheus Henrique Silva
Graduando em Biomedicina - UFU