
Já foi relatado neste Jornal os princípios norteadores que fundamentaram a criação do curso de Biomedicina no Brasil. Passados 51 anos, verifica-se que aqueles princípios modificaram-se substancialmente. Formar docentes e pesquisadores, nos dias atuais, passou a ser o objetivo de um número muito restrito de universidades. A maioria das denominadas instituições de ensino superior, por não disporem de uma infraestrutura adequada e docentes com sólida formação acadêmica, oferecem cursos de Biomedicina muito distante do mínimo exigido. Isto explica a necessidade de mais de 30 habilitações possíveis para o Biomédico, que passam a competir no mercado de trabalho com profissionais que tem apenas formação em cursos técnicos. Fazer parte da criação do curso de Biomedicina na UFU foi uma experiência muito enriquecedora, porque a preocupação dos membros daquela Comissão foi resgatar os princípios norteadores da criação do curso no país, que continuam a ser necessários na atualidade. Vejo com muita preocupação a tendência atual do curso aqui na UFU, ao verificar que os discentes estão em uma busca desenfreada por habilitações que os farão competir com os profissionais de nível técnico apenas.

Profº Drº José Roberto Mineo