
Na difícil guerra contra o câncer, uma doença crônica degenerativa e com evolução progressiva, cada conquista representa um grande avanço. Buscamos vencer uma dessas batalhas utilizando uma estratégia relativamente simples, porém bastante eficaz. Os nanotubos de carbono são formados exclusivamente por átomos de carbono ligados entre si, que se organizam de maneira bem peculiar formando estruturas alongadas, extremamente pequenas e resistentes, que funcionam como perfeitas agulhas. Essas são capazes de penetrar a bicamada lipídica sem causar danos celulares, levando consigo biomoléculas capazes de deflagrar uma resposta antitumoral bastante interessante.
Recentemente, sintetizamos, funcionalizamos e caracterizamos nanotubos de carbono que foram altamente eficazes como veículos vacinais em modelos animais. Nosso resultado final após o desafio com linhagens de melanoma e de carcinoma de cólon foi uma média de 75% de sobrevivência dos animais. Testamos também a eficácia do sistema carreador em uma abordagem terapêutica. Foi constatado um retardo significativo no crescimento dos tumores já estabelecidos nos animais levando a uma taxa de sobrevivência um pouco menor, porém não menos importante, de aproximadamente 50%.
A estratégia de empregar nanotubos de carbono como sistemas carreadores oferece uma alternativa interessante para uso em diversos protocolos vacinais, contra tumores e também outras doenças, que necessitem desse perfil de resposta imune mediado tanto por células quanto por anticorpos.

Profª Drª Paula Cristina Batista de Faria Gontijo
IBTEC - UFU