
Traduzido pela equipe do Jornal da Biomedicina:
Eu estudei Microbiologia na Universidade e me envolvi com os vírus durante o meu doutorado. Em 2014, o surto de Ebola se tornou tão severo, que no Reino Unido, um pedido de ajuda foi requisitado a pessoas com qualquer formação médica, em enfermagem ou biologia. Vários países foram envolvidos como resposta, e centros médicos e laboratórios para diagnóstico de Ebola foram criados. Eu fui enviada como uma técnica de laboratório e recebi 5 dias de treinamento intensivo em uma área de alta contenção (nível de risco biológico). Nós éramos um time de 12 pessoas, os quais a maioria nunca havia se encontrado antes, mas todos tinham algum tipo de formação em biologia. Todo o time era igualmente responsável por realizar diagnóstico preciso e rápido, e pelo funcionamento geral do laboratório. Eu passei 3 meses no total em Serra Leoa, um pequeno país no oeste Africano que é ex-colônia Britânica. O local possui uma paisagem bonita, com praias e montanhas. Mesmo durante e após esta terrível epidemia, as pessoas foram tão otimistas e amigáveis, que deveria servir como exemplo. Eu cheguei pela primeira vez em abril de 2015, quando a epidemia já estava sob controle, mais foram necessários outros 7 meses até que o país fosse declarado livre do Ebola, em 7 de Novembro de 2015. Eu retornei em outubro e auxiliei na abertura de novos laboratórios, parte de um acordo de longo prazo entre Reino Unido e Serra Leoa para ajudar a preparação dos países não apenas para o Ebola, mas também contra outras doenças infecciosas como tuberculose, malária e HIV. Foi um trabalho muito difícil, mas foi a coisa mais gratificante que eu fiz em minha vida, e fez o estudo em biologia valer a pena! Isto também me inspirou a realizar mais trabalhos humanitários e me treinar novamente como uma Microbiologista de saúde pública para trabalhar com epidemias no futuro.

Dra Zsofia Igloi
Pesquisadora posdoc na Universidade de Leeds