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Microbiota e Síndrome do Intestino Irritável



A microbiota humana está presente em múltiplos órgãos e sistemas. Sabe-se que 90 % das células nucleadas de um adulto são células de microrganismos; isso pesa aproximadamente 1,5 kg de microbiota que se comporta como um verdadeiro órgão extra devido sua atividade metabólica.


A síndrome do intestino irritável (SII) é a principal representante das doenças funcionais e sua fisiopatologia vem sendo desvendada nos últimos anos. Antigamente, era conceituada como a ausência de alteração estrutural na mucosa, mas hoje sabemos que há uma alteração orgânica no trato digestivo do indivíduo que sofre de SII. Aceita-se que existe um eixo chamado microbiota-intestino-cérebro e que alterações na transmissão de informações em algum elo dessa cadeia resulta na SII.


Na disbiose, ocorre uma quebra dos mecanismos protetores e o aumento da permeabilidade da mucosa, permitindo que antígenos bacterianos e toxinas passem para camadas mais profundas, atraindo mastócitos com consequente produção de citocinas inflamatórias. Essa ruptura é percebida por fibras nervosas aferentes, levando a informação ao sistema nervoso central. Em resposta, fibras eferentes modificam a motilidade intestinal e afetam outros eixos endócrinos (adrenal, hipofisário), aumentando a predisposição para doenças autoimunes. Esta alteração da motilidade intestinal é a base para os sintomas do paciente: dor abdominal, estufamento, alteração do hábito intestinal com diarreia.






Ariani Bernachi Yankelevich

Médica gastroenterologista

UEL





Imagem: Retirada de https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/sindrome-do-intestino-irritavel/

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