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Depressão, distúrbios de humor e Neurociência



Alterações de humor, numa normalidade, são importantes para a devida resposta a estímulos. Frente a um desafio intransponível, a diminuição da expressão do humor e o que o acompanha como motivação e autoconfiança é um processo de adaptação e serve para poupar gasto de energia e frustração. Nesse caso a depressão do humor não é um sinal de comodismo ou preguiça, mas de realismo e a energia e motivação poupadas serão utilizadas em desafios possíveis. Entretanto, se mal adaptadas, estas surgirão inapropriadamente.


É foco da neurociência estudar a circuitaria neural e, achados demonstraram que pacientes deprimidos têm baixa presença de monoaminas (serotonina e noradrenalina sobretudo) na fenda sináptica resultado de neurotransmissão deficiente ou mesmo morte neuronal. Isso provoca uma baixa atividade de receptores inibitórios pós-sinápticos como o 5HT1 de serotonina. A ausência da atividade desses receptores inibitórios no hipocampo, sítio relacionado a neurobiologia da depressão, provoca um aumento na relevância emocional associada a memória frente a estímulos.


Em outras palavras, esses receptores ativos diminuem a associação do estímulo a memória aversiva, uma vez que a base da ação hipocampal é formação das memórias. Assim, tem-se uma menor reatividade emocional. Baseando-se nisso, os medicamentos que aumentam a presença de monoaminas na fenda para atuar nesses receptores são utilizados, e, atualmente a inibição da neurodegeneração ganhou destaque no tratamento dessa doença.


Prof. Dr. Tarciso Tadeu Miguel, ICBIM - UFU

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