
Minha graduação foi atípica. Ingressei na primeira turma de um curso desconhecido. Logo, éramos um pouco preteridos. Esse "complexo de inferioridade" motivou-me a contribuir para que a biomedicina se fizesse presente na UFU; seja na criação do Diretório Acadêmico, da Semana Científica ou do Encontro Regional de Biomedicina. Contudo, a excelência do ensino ofertado por professores e pesquisadores era inquestionável. Algumas disciplinas e o contato com os laboratórios durante o curso fizeram com que o interesse pela descoberta (que possuía desde criança), florescesse ainda mais. Deste modo, mesmo conhecendo as dezenas de habilitações do biomédico, a admiração pelos professores e pela ciência de modo geral, aliada à falta de rotina da profissão, fez com que eu quisesse me tornar, assim como eles, um produtor e disseminador de conhecimento. Nunca quis lecionar, pelas dificuldades que minha mãe enfrentou como professora. Todavia, durante o curso e hoje ao m do meu doutorado, o contato com a docência tornou-se prazeroso. Passei a perceber o ensino público não só pelo viés “do fardo", carregado pelos professores, mas como uma forma nobre de ajudar na formação de pensadores que façam algo diferente por sua profissão e pelo país. Meus familiares diziam que minha vocação seria estudar e eu realmente nunca me via trabalhando em nada específico. Hoje vejo que possivelmente acertaram e a biomedicina indubitavelmente me ajudou a descobrir o que realmente me faz feliz: aprender e compartilhar.

Me. Daniel Moreira Silva, Biomédico, ICBIM – UFU Doutorando em Neurociência UFABC