
A poluição atmosférica é um problema de saúde pública mundial, atingindo níveis superiores ao permitidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para 92% da população global. Buscando compreender melhor a nocividade causada por esta poluição, desde 1990, uma serie de estudos vem analisando quais as possíveis alterações podem ocorrer durante a gestação. Esses estudos indicaram que a exposição a níveis elevados de poluição do ar, principalmente partículas, afetam o desenvolvimento fetal, podem causar alterações morfológicas na placenta que desencadearia o aborto espontâneo.
Os estudos também descrevem que durante a exposição gestacional, altas concentrações de monóxido de carbônico podem impedir que o oxigênio chegue a placenta, comprometendo o desenvolvimento fetal e causando toxicidade nas células em desenvolvimento. Há estudos relatando que altos níveis de material particulado no ar podem desencadear um processo inflamatório interferindo na capacidade de coagulação sanguínea, bem como o desenvolvimento de um a resposta imune alérgica.
A literatura ainda indica, que a exposição aos elevados níveis de oxido nítrico aumenta a chance de crianças desenvolverem problemas cardiopulmonares. O relatório da OMS publicado em março de 2017, afirma que a poluição do ar afeta negativamente o desenvolvimento cognitivo e é responsável pela morte de cerca de 600 mil crianças com menos de cinco anos todos os anos. De modo geral, independente do trimestre gestacional, as gestantes e o feto estão suscetíveis aos problemas causados pela excessiva poluição atmosférica.

Karolline Monteiro Vieira da Silva
Graduanda em Biomedicina
ICBIM - UFU