
Dizem que mães são muito mais espertas – lembram de tudo e fazem muitas coisas ao mesmo tempo. Na verdade, essa afirmação não é um mito: mães sofrem alterações durante a gravidez que modificam algumas características à longo prazo, em conjunto denominamos “instinto materno”.
Isso ocorre devido pois a grande flutuação de hormônios que acontece durante a gravidez que influencia alterações cerebrais importantes para as demandas da maternidade, causando alterações em neurônios e na glia de diferentes maneiras e em diferentes áreas cerebrais. Pesquisas mostram, inclusive, que essas alterações podem fazer parte de um circuito comum aos mamíferos.
Dentre tais alterações, pode-se destacar a memória espacial e de aprendizado, o que facilita a habilidade de busca ao alimento, diminuindo o tempo de vulnerabilidade dos filhotes; a menor ansiedade, para a proteção da cria e para que o processo de alimentação seja realizado com sucesso e rapidez; e de comportamento, criando grande afeição e instinto protetor aos seus filhos.
Dentro deste cenário, o Laboratório de Morfologia e Cultura Celular do Setor de Anatomia Humana da UFU também contribui para esta linha de pesquisa, realizando um estudo sobre as alterações motoras em camundongos fêmeas mães comparando-as às nulíparas*. Nesse sentido, resultados prévios apontam diferenças estruturais nas áreas nervosas efetoras da motricidade, provavelmente com envolvimento da glia, no entanto, os estudos ainda necessitam de maiores investigações.
*Característica da fêmea que nunca teve filhotes.

Hannah Fonseca Bizinoto
Graduanda em Biomedicina
ICBIM - UFU